quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Rogério Ceni aposta em um São Paulo motivado contra Internacional

Rogério Ceni não é mais aquele menino de 20 anos que estava no banco de reservas do São Paulo na conquista da Copa Libertadores de 1993 - seu primeiro título continental. Já levantou muitas taças, virou ídolo máximo da torcida tricolor e, perto do fim de sua carreira, mostra ainda mais motivação para chegar à sua quinta final da competição mais importante da América do Sul. Aos 37 anos, essa pode ser sua última chance.

"O que eu perdi, perdi. O que ganhei, ganhei. Não vivo de crédito", afirmou o capitão são-paulino, que deixou para trás a falha que custou a perda do título da Libertadores de 2006, no Beira-Rio, exatamente contra o mesmo adversário desta quinta-feira. "Não estou aqui para relembrar passado. Estou aqui para viver o presente. Só existe um jogo na minha cabeça, o de amanhã (quinta). O resto - as vitórias, as derrotas - não entra em campo".

O goleiro ainda não engoliu a derrota para o Internacional no primeiro jogo da semifinal. Em 20 anos de carreira, já viu o São Paulo sofrer goleadas, mas nunca ter uma postura tão ruim, apática, como a que o time teve na partida de ida, em Porto Alegre (derrota por 1 a 0). Todo dia desde aquele jogo conversa com os colegas. Tenta evitar a todo custo que a atuação desastrosa possa se repetir.

"Não pode ter apatia. Se você entra numa arena, tem de se mexer, senão o touro pega você", disse o capitão são-paulino. "A gente precisa se motivar. Garanto que não faremos uma partida como a de Porto Alegre. Nos 71 jogos que tenho de Libertadores, foi o pior que fizemos. Pior do que aquilo vai ser impossível".

O que o tarimbado goleiro mais quer é virar o jogo, esquecer os maus resultados que incomodam o time depois da parada para a Copa do Mundo (quatro derrotas, um empate e uma vitória em seis jogos) e participar do seu quarto Mundial de Clubes da Fifa, o primeiro em Abu Dabi - a competição, antes realizada no Japão, mudou de sede no ano passado.

"Talvez eu tenha mais uns dois anos pela frente, minha carreira está chegando à reta final. A coisa mais significativa que vou guardar para a minha vida é aquela subida no túnel do Morumbi em jogo decisivo de Libertadores", emocionou-se o goleiro. "É a maior emoção que vivo e o momento de que mais vou sentir falta quando parar. Aquela conversa antes de entrar em campo é quando você tenta mexer com o coração e a cabeça de cada atleta. Vou falar com eles de novo. Nós queremos estender esse momento especial até dezembro".

TÍTULO PARA O PAI - Rogério se incomoda quando lembram que seu pai é gaúcho e torcia pelo Internacional. O capitão tem certeza absoluta de que seu Eurides vai comemorar mesmo é uma vitória do filho. "O dia em que meu pai deixar de torcer por mim será o dia em que não teremos condições de vencer nenhum time por 1 a 0 dentro do Morumbi".

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